segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Satisfação.

Quando você acorda, percebe que a vida não faz sentido se não for viver para os outros...
E quem diria que aquele vazio era falta de se dar?

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sua solidão - Outubro de 2011

Eu vejo sua solidão
um inverno de roxear a boca
se espalhar por cada canto da casa

Seu olhar frouxo
Suas sobrancelhas justas
Suas mãos indecisas
Seus passos que não ligam mais por qual caminho percorrer...

Sua solidão, uma muralha!
E como dói! E como dói!

As Antenas - 23, out, 2011.

Ah, nossas procuras
nossas despedidas envirguladas
a estrada marcada
a procurar nosso amor

Nossos sapatos encardidos
de caminhar sem cansar
um dia
uma vida inteira pra aproveitar

Me diga
quem foi que me mandou calar
quem escutou minhas vontades
quem pendurou minha coragem
de ir te encontrar

Ironia do destino?
Não meu bem, foram as antenas
foram as antenas
que captaram nossa felicidade
e nos impediram de amar...

Janeiro de 2011

Eu não sei.
Como sempre eu não sei
Talvez fosse só poesia
Nós mesmos encantados
com nossas próprias palavras
Nós mesmos enganados
por nossos passos apertados
sabemos como fazer porções, sim, sabemos
Nós mesmos hipnotizadamente embalados
no perfume das nossas ervas
Eu não sei e sei que você também não sabe
Mas acabou.
Talvez por minha indecisão.
Talvez pelo gosto do seu tabaco.
Talvez por nos termos surpreendido demais.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pontinha

 E o pátio foi povoando...
 De menino e de mulher...
 Logo que eu cheguei já segredava à minha câmera, saudades... E como professora, alguma estima...
E o pátio, nunca tão farto!
 Digam "sorvete"! E diziam "sorvete" com as caras melhores do mundo... E fiquei pensando a quanto tempo essas crianças não tomavam um sorvete, ou quantas delas conheciam um sorvete...
 Que bonito vestido! Como coloriu a nossa cena!
 Este é o Gabriel... Tímido que só...

 "Olha lá gente!"







Em Pontinha, um povoado quilombola spertencente à Caetanópolis, em MG.


 Cássinha, minha companheira no Ponto de Cultura...

 Que boneca...
O Escolar que só passa às 11:40... Se você não chegar à essa hora, só no outro dia...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Silêncio

Aquela foi minha forma de protesto
diante de uma multidão
de palavras,
evitando que a maioria se arrependesse.

Aquela foi minha forma de protesto
diante da propagação da cólera
diante da provação, dar a outra face à bater
evitando ceder ao demônio o que ele come.

Aquela foi minha forma de protesto
minha arma
e por sinal muito bem munida
a mesma arma
que usaram muitos santos.

Hoje eu não quis ter filhos com você.



Hoje eu não quis ter filhos com você.
Aquelas crianças que fecundavam na minha mente...


Hoje eu não quis ter filhos com você
e a cada aborto do nosso futuro
é uma dor maior que eu sinto.


À primeira vista
conceber um filho seu, a cada dia
enchia meus olhos de alegria.


Mas hoje eu não quis ter filhos com você
E a cada soco na barriga
é uma dor maior que eu sinto.

Pequeno registro da tarde de 16 de maio de 2011

E a chuva chegou
tão abençoada
que quando cessou
choveu de passarinho no meu quintal
Até coruja veio
tão à vontade
descansar na bananeira
ignorando minha presença
esbanjando mansidão.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Eu aceitei a Saudade

Eu tenho sua voz guardada
pra quando eu quiser escutar
Eu tenho sua camisa amassada
pra quando eu quiser me esquentar
O macio dos teus cabelos ainda sinto nas minhas mãos
Uso suas cores numa tira pequenina
pra fazer viver o meu quarto
Pra combinar com um quadro de tinta à óleo
que não deu tempo de te dar
Que acabou ficando aqui
Como todas as suas coisas
Aquelas nossas coisas
as mais bonitas para mim.

Eu aceitei a saudade.
E não o desespero.

[Acho que não preciso de imagens. Esse texto é uma fotografia para mim.]

Mesmo é mesmo, pronto e acabou.




Mesmo nós.
Mesmo assim acho que não vou tirar-nos daqui.
Os singelos fragmentos desta releitura são muito significantes para que cometesse tal indelicadeza.


E eu te seguro no meu coração.
Seguro o que ainda tenho e porque quero.
Porque sei que seguro eu não te fazia sentir no meu coração.

domingo, 15 de maio de 2011

Pra Teu Corpo Santo


Eu coloquei meu pano branco
meu pano branco de vestir
pra você pisar
secar seus pés
aparar cada gota energizada
de teu corpo santo
que ao sair do banho
parecia ser só luz.

Hoje é domingo, 15 de maio.

Em certas horas eu penso,
até quero,
sofrendo, chego até a tentar...

Tentar roubar-lhe todo o meu coração, tempo e apego.

Hoje é domingo, 15 de maio
um ladrão pode entrar em sua casa
e sem que perceba
fazer o bom serviço de levar-lhe os melhores bens.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Expoen-te! (29/04/2011 - Para Leandro)


Expoen-te!
Expoen-te e eleva-te!
Não fique em silêncio, haja para o mundo à sua volta!
Expoen-te, doa-te e encontrarás o que sempre buscou.

Leandro, dedico este momento "expoente" à você...
Expoen-te... Expoen-te e descubra...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

"Angélica, sou eu..."

Essa noite sonhei com você
Essa manhã acordei com sua voz
"Angélica, sou eu..."
Sem fazer teatro
Pronunciando
Nitidamente
Suavemente
Assim, meio pelo nariz
Como é mesmo a sua voz...
Como é mesmo a sua voz?
"Angélica, sou eu..."
Ah...
podia mesmo ter sido...

Suas Maçãs

Não desabroche
Não amadureça
Não caia...
Quero seus olhos sempre verdes meu amor...

Meu eu-passarinho canta só
Tão só
No seu quintal...

Por Deus, suas maçãs,
Não podem ser pecado
Ah, você sorri...
E quando você sorri
Tenta mais ainda as minhas mãos...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Falei Demais (Escrito em 27/10/2010)

Falei demais.
Falei demais sem ter palavras.

Mas quando escutei aquela música,
não só calei-me,
mas como também caí na real.
(Você havia conseguido imobilizar-me.)

Eu escutava tudo com a sobrancelha já encolhida
e aquele refrão parecia não ter mais fim.
Enquanto aquela vozinha doce ia repetindo eu ia relembrando...
Relembrando o quanto falei demais...

Deveria ter dito apenas que
se não fizesse tudo tão depressa,
e se não tivesse tido tanta pressa,
talvez teríamos vivido um grande amor.

Mas minha preocupação em corresponder-lhe
sempre foi tão grande que
naquela tarde falei demais.

Ri, rasguei, chorei, gritei, cuspi, bati, soquei, pulei, vomitei, beijei, correspondi.

E agora? Acabou?
Não sei.
Para não correr o risco de dar-lhe outro "bom dia", calo-me.
Talvez seja melhor assim.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Segunda, 13 de setembro de 2010.

Hoje estou muito bem, obrigada.
Me sinto limpa.
      Idealismo,
      Honestidade.
      Auto-valorização.
São sais de banho maravilhosos...

Estou amando como nunca as flores...

Ao mesmo tempo que devaneio
pego-me pensando se seria bom continuar trabalhando lá por dinheiro...
Só por dinheiro.
Enquanto eu não acho a resposta, continuo indo.

Sou de vestir a camisa vermelha.
Sou de abraçar causas.
Mas a cada dia que se passa
fico mais indiferente.
Indiferente porque eu quero. (Na verdade estou experimentando ser esta palavra...)

É porque você me dá nojo.
                                 NOJO.

Cala a boa.
Toma um banho pra tirar o cheiro desse perfume ridículo que só meretrizes gostam e some daqui.
Ninguém te suporta.

Você me dá nojo.
                   NOJO.

Vento


O vento sabe
Levou sem dó meu sentimento
Concretou com cimento
Um pobre coração em dúvida.

Vento...
O vento que chegou embalando
minhas palavras aos seus ouvidos,
meus braços aos seus ombros,
meus cabelos, todo ensejo
é o mesmo vento
que ventou me enganando
sobre um velho desejo...

Vento...
Vai vento, volta... Pode voltar...
Minha briga com você ja acabou
Sem culpa eu não amo mais
aquele que demais me amou

Vem vento
Vem sem pudor
Quem sabe do mesmo jeito que você levou
Você não me traz um outro amor?

Não Sei.



Fiquei vazia de repente...
Tão sem nada a dizer
que fui arrumar o quarto
sem reclamar
a bagunça que o outro fez.

Fiquei vazia de repente...

Sem reação, em estranha paz.
Sem pansar em fogo
        Apenas um incenso.
Fiquei assim, parada, de pés juntos, boba.
Sem nem sentir saudade.

Fiquei vazia de repente
Acho que falei tanto que esvaziei.
       Eu? Esvaziando?
       Confesso que só agora tive medo...

Lembro sim, claro.
Mas apenas lembro.
Lembro sem absorver aquele buraco horroroso
que o tal sequestro havia deixado.

É. O levaram sem nem pedir recompensa.
Calados, sem nem ameaça.

Fiquei vazia de repente.
De repente como sua partida.
Mas nem a falta,
nem o costume,
nem os pesares,
nem o sumiço atrevem-se a tirar-me o sossego.

Estranho o vento o ter levado assim,
Tão subtamente de mim!
(Neste momento pergunto "por que?")

Fiquei vazia de repente.
      Sem dor,
      Sem entusiasmo,
      Sem agonia,
      Sem nada que me mova.

[ . ]

Mas quero algo que me absinte
Alguma coisa marcante,
                     intensa,
                     saborosa...

Que queira ficar
Que se descubra aqui
Que se aconchegue...
Que sente,
       deite,
       durma...

Não.
Tenho medo de paixões.

Bocas, bares, até mesmo o rock n' roll...
Alheios olhares,
noites de agito não me satisfazem mais.
Que venha então o amor prometido,
que se vá o vazio
e que fique apenas a paz.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Comigo


Acho que agora queria você comigo
Mais devagar
Um pouco mais difícil
     Sua libido me inibe
     Não sou assim
     Mesmo sabendo muito de mim
    -o manual ainda está perdido-.

Acho que queria você aqui
Só pra vir deitar comigo...

     Passa sua perna aqui
     Acomode-se no meu pescoço
     Puxa o cobertor
     Faça-se nosso abrigo

Então vem
Vem respirar ao pé do meu ouvido
Sem dizer nada
Esquece o cigarro,
fica tranquilo
só fica aqui comigo
comigo
meu amor.


Xadrez


Ah, como sinto-me bem dentro de seu xadrez...
O velho "abraço de flanela"
Fiel, como o leste
que da janela
todos os dias desperta o calor,
acolhe a chuva,
anuncia a Primavera

Ah, como sinto-me bem dentro de seu xadrez...
Tão dele, tão minha, tão bela!
Quadriculados
que aquecem meus braços
são na verdade
vários pedaços de pano, por anos
coletados,
pintados,
costurados
Que ao dormir remetem-me à palavras,
sons,
silêncio,
seus acordes mais tocados...

Descobertas, dúvidas, desembaraços...
Simplicidade que fita
nossos sutis lados em comum.

Laços macios de cetim
que nos mantem tão amarrados,
botões bem casados
presos com linha fina e nós bem dados
Assim, meio frouxos
Como o cadarço de nossos sapatos...

Sapatos...
Sapatos, à vontade pelos cantos da casa...
Sem cobrança
nem do Dono, nem do tempo
que de tão livres, tão livres,
preferiram ficar...

Dezembro de 2010

(mais precisamente em 27 de dezembro de 2010)

Talvez eu deva mesmo sentar e deixar as palavras à vontade.
Você me rendeu bons textos,
pensamentos,
quilos à menos
e até um pouco de sofrimento.

Enfim,
TORNOU MAIS FORTE MEU DESEJO DE UNIDADE,
me despertou a determinação,
me lembrou
que só a pureza toca mutavelmente
o coração alheio
e consegui até  equilibrar  educar minha mania de feminismo.

Como tudo isso é bom!

Melhor ainda
é não ter mais que viver
desesperadamente
a te procurar
deitada em teus próprios braços.



Um Grito em Maio

Preciso de uma aventura
Um toque numa noite diferente
Curtir uma rua deserta e nossas jaquetas
Matemática, trabalho, faculdade... Agora não...
Uma motocicleta, um colchão, filhos talvez...

Curtir uma rua deserta, nossas jaquetas
Os sons que embalam nossos corações
Mãos que se esquentam...
Matemática, trabalho, faculdade... Agora não.

[17/05/2010]